domingo, 28 de junho de 2015

"A Marcha", de Daniel Silva

   A Marcha é o terceiro livro de Daniel Silva, e o segundo protagonizado por Michael Osbourne. É a continuação dos eventos sucedidos em A Marca do Assassino, cuja leitura já efetuei. Aliás, foi a leitura deste último que me introduziu Daniel Silva, de quem sou fã há algum tempo. Mas considero-me um fã dentro da medida de que sou fã de Dan Brown: na escrita. Porque considero este tipo de literatura como entretenimento, como não-literária. Mas deixemos as especificidades. 
   É um livro muito interessante para quem se interesse por uma boa história de espiões e pela situação irlandesa que se arrasta à demasiados anos: a eterna luta entre os protestantes e os católicos. Muito sangue foi derramado à conta deste problema que dura à séculos, e este livro demonstra bem esse derramamento de sangue. A história passa-se maioritariamente entre os Estados Unidos da América e o Reino Unido. Michael Osbourne, após os acontecimentos do primeiro livro, encontra-se reformado da CIA e a viver com a sua mulher e os seus filhos. No entanto, regressa ao ativo para poder fornecer proteção ao seu sogro, Douglas Cannon, nomeado embaixador dos EUA em Londres. Douglas torna-se alvo de um grupo terrorista protestante chamado Brigada de Libertação do Ulster, que tem como objetivo a sabotagem do acordo de paz entre os católicos e os protestantes. A sociedade secreta que nos foi apresentada no primeiro livro participa também nesta narrativa, ajudando a Brigada a cumprir os seus objetivos. Mas quando a Brigada é desmantelada e apenas um dos seus elementos, Rebecca Wells, escapa, a sociedade recorre a Outubro, o assassino contratado do primeiro livro. E assim assistimos a mais um jogo de gato e rato entre Osbourne, que continua com o desejo de se vingar da morte de Sarah Randolph às mãos do assassino e do inferno que fez Osbourne e a sua mulher passar no primeiro livro, e o assassino.
   Embora seja um livro muito interessante, as pessoas não o receberam tão bem quando saiu. E eu compreendo o porquê. Trata-se de um thriller de espionagem igual a tantos outros, com os mesmo clichés de sempre e os lugares-comuns habituais no género. O livro seguinte iria revestir-se de uma história tão radicalmente diferente que iria tornar-se um sucesso, e cada livro seguinte sendo mais bem recebido que o anterior. Assim termino a minha opinião. É um livro para ser lido, e Daniel Silva é um autor que merece ser lido. Fica a recomendação.

Citações:
"Eamonn Dillon, do Sinn Fein, foi o primeiro a morrer, e morreu porque tinha planeado parar para beber uma caneca de cerveja no Celtic Bar antes de subir a Falls Road a caminho de uma reunião em Andersontown."
"- Muito bem - disse Leroux. - Mas sinto-me um bocadinho como aquele idiota que deu umas marteladas na Pietà."
"- Adrian Carter [disse Michael], gostaria de te apresentar o Jean-Paul Delaroche. És capaz de o conhecer melhor como Outubro."


Pontuação: 7.5/10


Agradáveis leituras,
Gonçalo M. Matos

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