Capitães da Areia é o romance de Jorge Amado que lhe conferiu fama internacional. É um romance que é sobretudo um relato coberto de lirismo sobre um tema tão cruel que é a problemática das crianças abandonadas nas ruas de São Salvador da Bahia. O romance é considerado como um dos mais populares de Jorge Amado. A sua história humanista é relembrada como tendo uma visão socialista sobre o problema das crianças abandonadas.
A história segue as vidas dos capitães da areia, um grupo de menores abandonados que vivem do furto. Desde cedo somos apresentados aos personagens cujas aventuras iremos acompanhar ao longo da obra. Como protagonista temos Pedro Bala, o chefe dos capitães da areia, tão temido pelos baianos como um homem. Coadjuvam-no durante a narrativa o «burro, mas bom negrinho» João Grande e o único dos capitães da areia que sabe ler, e que lê para os outros, o Professor. A estes juntam-se personagens variados, que auxiliam os seus companheiros nos roubos. O elegante Gato, o religioso Pirulito, o sádico Sem-Pernas, o sombrio Volta Seca, entre outros. A primeira parte da obra narra as diversas aventuras que os meninos vivem nas ruas da Bahia, realçando sempre a coragem dos capitães da areia e do seu código de honra. A meio da primeira parte junta-se um dos poucos adultos que participa ativamente na história, o padre José Pedro, cuja intenção é ajudar os meninos e lutar para que eles tenham acesso ao que lhes foi vedado. Vê em Pirulito um futuro sacerdote e foca-se no menino. Na segunda parte, junta-se aos capitães da areia a jovem Dora, que serve como mãe para os meninos, dando-lhes o afeto que nunca tinham tido. A partir deste ponto, a história desenvolve-se numa narrativa mais poética e dramática que a primeira parte, culminando num final arrebatador a nível do lirismo.
Tendo sido este romance escrito durante o Estado Novo brasileiro, foi queimado em praça pública pelos ideias socialistas que manifestamente pregava. Jorge Amado, como humanista que era, dizia que não tinha escrito o livro com o objetivo de fazer propagando política, mas com o simples objetivo de qualquer escritor: contar uma história, cujo fundo era uma desconcertante realidade. Resta-me apenas recomendar a leitura deste livro incrivelmente lírico.
Citações:
"A grande noite de paz da Bahia veio do cais, envolveu os saveiros, o forte, o quebra-mar, se estendeu sobre as ladeiras e as torres das igrejas."
"Omolu mandou a bexiga negra para a cidade. Mas lá em cima os homens ricos se vacinaram, e Omolu era um deus das florestas da África, não sabia destas coisas de vacina."
"A voz o chama. Uma voz que o alegra, que faz bater seu coração. Ajudar a mudar o destino de todos os pobres."
Pontuação: 9/10
Belíssimas leituras,
Gonçalo M. Matos
A história segue as vidas dos capitães da areia, um grupo de menores abandonados que vivem do furto. Desde cedo somos apresentados aos personagens cujas aventuras iremos acompanhar ao longo da obra. Como protagonista temos Pedro Bala, o chefe dos capitães da areia, tão temido pelos baianos como um homem. Coadjuvam-no durante a narrativa o «burro, mas bom negrinho» João Grande e o único dos capitães da areia que sabe ler, e que lê para os outros, o Professor. A estes juntam-se personagens variados, que auxiliam os seus companheiros nos roubos. O elegante Gato, o religioso Pirulito, o sádico Sem-Pernas, o sombrio Volta Seca, entre outros. A primeira parte da obra narra as diversas aventuras que os meninos vivem nas ruas da Bahia, realçando sempre a coragem dos capitães da areia e do seu código de honra. A meio da primeira parte junta-se um dos poucos adultos que participa ativamente na história, o padre José Pedro, cuja intenção é ajudar os meninos e lutar para que eles tenham acesso ao que lhes foi vedado. Vê em Pirulito um futuro sacerdote e foca-se no menino. Na segunda parte, junta-se aos capitães da areia a jovem Dora, que serve como mãe para os meninos, dando-lhes o afeto que nunca tinham tido. A partir deste ponto, a história desenvolve-se numa narrativa mais poética e dramática que a primeira parte, culminando num final arrebatador a nível do lirismo.
Tendo sido este romance escrito durante o Estado Novo brasileiro, foi queimado em praça pública pelos ideias socialistas que manifestamente pregava. Jorge Amado, como humanista que era, dizia que não tinha escrito o livro com o objetivo de fazer propagando política, mas com o simples objetivo de qualquer escritor: contar uma história, cujo fundo era uma desconcertante realidade. Resta-me apenas recomendar a leitura deste livro incrivelmente lírico.
Citações:
"A grande noite de paz da Bahia veio do cais, envolveu os saveiros, o forte, o quebra-mar, se estendeu sobre as ladeiras e as torres das igrejas."
"Omolu mandou a bexiga negra para a cidade. Mas lá em cima os homens ricos se vacinaram, e Omolu era um deus das florestas da África, não sabia destas coisas de vacina."
"A voz o chama. Uma voz que o alegra, que faz bater seu coração. Ajudar a mudar o destino de todos os pobres."
Pontuação: 9/10
Belíssimas leituras,
Gonçalo M. Matos
Sem comentários:
Enviar um comentário